segunda-feira, 27 de agosto de 2012

JÓ – O LIVRO MAIS ANTIGO DA BÍBLIA – ESTUDO




Vamos esclarecer, aqui, essa “curiosidade” sobre o Livro de Jó.
Pessoas, sites de busca, bíblias e alguns livros, ao falarem sobre o Livro de Jó, afirmam: “O Livro de Jó é o mais antigo da Bíblia”. Uma pessoa fala, comenta e as outras vão atrás, repetindo como papagaios sem a menor preocupação de pesquisar para fundamentarem o que estão dizendo.
Pois bem, depois de intensa leitura e pesquisa, vou citar aqui os acontecimentos e/ou motivos que nos levam a dizer que o Livro de Jó é mais antigo que o Livro de Gênesis, ou seja, os fatos descritos por Deus, ali em Jó, aconteceram muitos milhares de anos antes dos fatos narrados em Gênesis.
O vers. 1, do cap. 1, de Gênesis fala sobre o princípio de tudo (a criação a partir do nada). “No princípio Deus criou os céus e a terra.” (daquela maneira que o próprio Deus descreve a Jó). Isso quer dizer que em Gênesis 1:2 é descrita não a criação, mas a recriação da terra.
A posição do Livro de Jó, depois do Livro de Ester, se dá apenas para seguir o estilo de escrita. É como se resolvêssemos separar várias fitas de tecidos diferentes. Então, colocamos as fitas de seda, depois as de cetim, mais à frente as de algodão, e assim por diante – independentemente da cor, tamanho, ou época em que foram compradas. A Bíblia segue esses parâmetros: Primeiro, os cinco livros da Lei ou Pentateuco (De Gênesis a Deuteronômio); depois, os doze livros que narram a trajetória dos judeus – conquista da terra prometida, cativeiro na Babilônia e retorno à terra dada por Deus (De Josué a Ester); mais à frente, os cinco livros de sabedoria (De Jó a Cântico dos Cânticos), e assim por diante. Os livros não seguem uma cronologia, tanto assim que o Livro de Jó não é continuação do Livro de Ester.
Evidências nos permitem analisar e afirmar que Jó viveu no tempo dos patriarcas: o estilo da escrita; o modo de como se agia em relação aos sacrifícios a Deus; o tempo de vida de Jó, entre outros fatores.
Em relação aos sacrifícios – No tempo de Arão, Moisés e dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, os sacrifícios oferecidos a Deus eram apresentados pelos próprios chefes de família e em locais diversos, como o altar edificado por Noé, logo após o dilúvio, onde ofereceu holocaustos que agradaram a Deus (Gênesis 8:20-21); os altares edificados por Abrão (Gênesis 12:7-8); a coluna de pedra erguida por Jacó, em que derramou libação e azeite (Gênesis 35:14); etc. Jó também oferecia, ele próprio, sacrifícios a Deus (Jó 1:5; 42:8). Diferentemente de quando o povo de Israel alcançou a terra prometida: os sacrifícios só podiam ser oferecidos por sacerdotes israelitas e em local determinado por Deus.
Em relação ao tempo de vida – O Livro de Jó nos dá conta de que ele era um homem casado, pai de dez filhos, possuidor de muitas terras, muitos servos, ovelhas, gados, bois. Seus filhos, segundo podemos observar, eram adultos, ou seja, Jó era um homem de muita idade, talvez mais de 400 anos. Depois de sua provação e intenso sofrimento, Jó viveu ainda mais 140 anos, teve mais dez filhos e ainda viu seus netos e bisnetos (Jó 42:16-17). Jó pode ter vivido mais de 600 anos. E sendo assim, podemos deduzir que ele viveu na época de Adão, o qual morreu aos 930 anos; de Sete, que morreu aos 912 anos; de Lameque, filho de Matusalém (777 anos); de Noé (950 anos). Jó pode ter sido um dos homens que a Bíblia trata em Gênesis, capítulo 6, final do versículo 4: “estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.” (Almeida Corrigida e Revisada); “Eles foram os heróis do passado, homens famosos.” (Nova Versão Internacional); “Os Nefilins eram os valentes que houve na antiguidade, varões de renome.” (Sociedade Bíblica Britânica). Ou seja, Jó viveu antes dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
O personagem Jó poderia ter sido citado no livro de Crônicas, mas foi citado em separado para evidenciar sua vida, sua vivência com Deus, seu sofrimento, sua confiança no Criador.
Crônicas, na verdade, nos dá outra prova de que os livros não seguem uma cronologia. Em Crônicas, são citados os personagens que viveram 500, 600, 930, 969 anos. Porém, em Gênesis, primeiro livro da Bíblia (não primeiro livro escrito), no capítulo 6, versículo 3, temos:
“Então disse o Senhor: ‘Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre; e ele só viverá cento e vinte anos.’” (Gênesis 6:3 – Destaquei)

Jó viveu naquele tempo ali, em que viveram Adão, Lameque, Noé, etc., antes dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
Abraão viveu 175 anos; Isaque  morreu aos 180; José morreu com 110 anos; Moisés, 120, etc. 

domingo, 29 de julho de 2012

E POR FALAR EM MALDIÇÃO...



Com certeza, muitos dos nossos irmãos, quando lerem a palavra maldição, vão sentir o desejo de ler a matéria (e eu torço para que isso aconteça) a fim de se “interarem” mais sobre esse tema tão usual no dia-a-dia do crente, já que nós, exercitando nosso “crentês” (língua falada pelo crente), não podemos deixar passar a oportunidade de nos “aprofundarmos” no assunto.
Pois bem, há bem pouco tempo, eu estava pesquisando uns artigos para o meu novo livro “Verdade Seja Dita” e me deparei com uma enxurrada de crentes que se dizem nascidos de novo, mas que, na verdade, morrem de medo do diabo, da preta-velha, do saci-pererê, do Zumbi dos Palmares, dos Flinstones, da Xuxa... E que, infelizmente, não temem, não têm medo de Deus. E olha que a Bíblia é muito clara ao nos alertar de que “O princípio da sabedoria é o temor a Deus.” (Provérbios 9:10) e que “Horrível coisa é cair nas mão do Deus vivo.” (Hebreus 10:31).
Mas o que eu encontrei, repito, foi um exército de evangélicos (nascidos de novo), mas morrendo de medo de tudo, quiçá, até da própria sombra (se alguém vier a “ensinar” que sombra é assombração e que como sombra vai assombrar [blá blá blá])... Evangélicos que acreditam em tudo que é dito, sem se importarem em pelo menos conferir a “veracidade” dos fatos, sem investigarem de onde surgiu tal “verdade” ou boato.
Nesses tempos em que a internet (verdadeiramente) impera na vida dos seres humanos, é muito mais fácil fazer com que se alastrem notícias, “verdades”, “revelações”...
Eu fico triste e preocupada com o tempo que se perde lendo, comentando, pregando a respeito de coisas satânicas, mensagens subliminares... classificando onomatopeias (figura de linguagem em que a pronúncia da palavra lembra ruídos [atchim]; gritos [yahoo!]; canto de animais [cocoricó]; sons da natureza [chuá]; barulho de máquinas [brum, brum]; sons de festividade [tim-tim]; som de instrumentos musicais [paticumbum], etc., que – desprezando-se a gramática – viram termos satânicos, viram evocações demoníacas...
Antes de continuar, deixo bem claro que sou crente em Jesus, sou evangélica há mais de vinte e cinco anos, professora em Escola Bíblica (Bibliologia e Hermenêutica) e não condeno a função pastoral, desde que, além da sabedoria, o pastor tenha discernimento e não aja como um “papagaio” que fica repetindo o que escuta, ou o que lê, sem se aprofundar no assunto, ou que – o que é pior – ouça algo como “Carolina de Sá Leitão” e, por conveniência, por falta de cultura, por pura “idiotice” passe adiante um “Caçarolinha de assar leitão”, fazendo-nos tropeçar e nos perder em coisas que não edifiquem ou que não contribuam para a nossa vida de libertos em Cristo.
Quando esse tipo de atitude parte de um líder espiritual, de um pastor que, obrigatoriamente, deveria ter sabedoria, inteligência e discernimento, na verdade essa pessoa está “fazendo com que o cego erre o caminho”. Na verdade, está fazendo com que a nossa salvação fique “dando voltas no deserto” quando poderia ser conquistada e consolidada apenas e tão-somente com os ensinamentos bíblicos.
A Bíblia traz em Deuteronômio 27:18 que:

Maldito aquele que fizer o cego errar o caminho.”

E é o que fazem essas pessoas que ficam, como acontece em teatro, “fazendo barrigada” ou “enchendo linguiça” com acréscimos intermináveis e injustificáveis, como se a Palavra de Deus não nos bastasse.
Chegamos às igrejas muitas vezes – ou quase sempre – cegos. Não conhecemos Jesus, não conhecemos a Verdade e caímos nas mãos daqueles que engrossam as fileiras dos que preferem levar o cego por caminhos tortuosos.
Bastariam os ensinamentos de Jesus Cristo para que alcançássemos a salvação. Ensinamentos básicos, como abrir a boca, confessá-Lo como único Senhor e Salvador, crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, passar pelo batismo do arrependimento, com água, para o perdão dos pecados. E, claro, a partir daí, na certeza de que Jesus Cristo salva, cura, batiza com o Espírito Santo e que voltará, de acordo com Sua promessa, passemos a ler, estudar a Bíblia, meditar nas Escrituras, conforme Ele mesmo nos exortou/ensinou e, reconhecendo-nos como pecadores, pois “não há um justo sequer... Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Romanos 3:10, 12), busquemos sempre a santificação, busquemos sempre as coisas do Alto, moldando em nós o caráter de Cristo que é o fruto do Espírito.

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” (Gálatas 5:22)

Notemos: não são os frutos; é o fruto. O fruto do Espírito traz em si todas essas virtudes. É como se fosse uma fruta com nove sementes, cada qual com sua importância, e são sementes prontas para frutificar. Quem tem o fruto do Espírito tem em si o caráter de Cristo. E frutifica no reino, na obra, no dia-a-dia.

Nós vamos falar, sim, sobre maldição. Mas peço a quem se interessar por essa matéria que se desarme, que deixe de lado a “viseira” imposta por superiores. Peço que deixe de lado a ideia pré-concebida, ou a ideia concebida através da leitura de textos preparados para “doutrinar” um exército de “imbecis” subjugados à vontade daqueles que deveriam ser os primeiros a nos levar a conhecer a VERDADE, pois só a VERDADE nos liberta.
A Bíblia diz em João 8:31-32:

“Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

Primeiro, é necessário que entendamos bem o texto acima. Observemos bem. Quem está falando ali, aos discípulos, é o próprio Jesus. E ele diz aos discípulos: “se permanecerdes na minha palavra”. Na palavra dEle, de Jesus! Por que, então, que como um bando de “alienados”, perdemos nosso tempo – muitas vezes nossa identidade – dando ouvidos a “outras palavras”? Dando ouvidos a palavras de homens cuja função – entre outras condenáveis e desprezíveis – é complicar um Deus (Jesus) que é tão simples, tão direto e tão verdadeiro?
Notemos mais: Ele diz: “sereis meus discípulos”. Discípulos de Jesus. Quem segue a Jesus, quem (pelo menos) tenta ser como Ele, é discípulo dEle! Por que, então, perdemos nosso tempo seguindo ideias, ensinamentos, complicações arquitetadas por homens cuja função, repito – entre outras condenáveis e desprezíveis – é complicar um ensinamento que resume, sintetiza toda lei e os profetas num único mandamento: “Amai-vos uns aos outros”, claro, amando a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todas as nossas forças.
Amar uns aos outros é tolerar, respeitar; é reconhecer valores; é não desejar ao outro o que não queremos que aconteça conosco.
Continuando no versículo destacado acima, temos ainda: A verdade vos libertará. A verdade é Cristo. E Cristo sem complicações. Ele mesmo disse:

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6)

Então temos, direto da boca de Deus: “E conhecereis a verdade”; e “Eu sou a verdade”.
Dito isso, vamos adiante. Notemos que os verbos conhecer e libertar (conhecereis a verdade e a verdade vos libertará) estão no futuro: conhecereis (vocês vão conhecer); libertará (a verdade vai libertar). Bem, se nós cremos em Cristo, é porque O conhecemos (Ele é a Verdade). Se O conhecemos, se cremos em sua Palavra, em seus ensinamentos, então temos já que ser libertos. É uma questão de lógica: se quando conhecermos a verdade, a verdade nos libertará, e a verdade é Cristo, repito, não é lógico que já sejamos libertos?
Daí, eu pergunto: Se já conhecemos a verdade, por que não somos ainda libertos desse emaranhado de ensinamentos que não têm outro objetivo que não o de levar-nos cativos a ideias, ensinamentos, “revelações” sem base bíblica, sem base científica, sem base espiritual?
Se a Verdade nos “libertará”, por que então que, ao conhecermos essa verdade, nos prendemos a dogmas e ensinamentos que nos colocam medo, opressão, que nos subjugam e nos deixam – repito – presos, cativos a ensinamentos vãos? Vão significa: debalde, inútil, sem base (nesse caso, sem base bíblica).
Se a verdade é Cristo, e se Cristo levou cativo o cativeiro, por que nos deixamos, então, ser caçados, presos e domados por homens que muitas vezes querem apenas ter seguidores, e que “em nome de Cristo” cometem absurdos, desmandos, ou ainda, insanidades, e que “em nome de Jesus” tentam roubar-nos o discernimento, a inteligência, o livre-arbítrio, a vontade própria...

“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens... Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4:8)

Ele não só nos tirou do cativeiro, Ele tirou o cativeiro de nós! Não há cativeiro, com isso, não há mais cativos. Estar, ou ser cativo, para quem não sabe, significa: estar ou ser prisioneiro (por que ser prisioneiro, se Cristo nos libertou?). Ser seduzido por algo ou alguém (a Palavra nos alerta a não nos deixarmos seduzir por ensinamentos vãos); ser ou estar obrigado a fazer algo; atraído por alguém ou alguma coisa; estar sujeito ou subjugado a alguém (Jesus disse que o jugo dEle é suave, por que nos deixarmos ser subjugados por astúcia de homens insensatos?). Ser cativo é ser ESCRAVO!

“Fostes comprados por bom preço; não vos façais escrevos dos homens.” (I Coríntios 7:23)



Vejamos o que mais diz a Bíblia sobre maldição:

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.” (Gálatas 3:13)

Então, eu fico meditando sobre essa palavra acima e me perguntando: Se a Bíblia, a Palavra de Deus (na qual todo crente/cristão crê) me diz que Cristo nos resgatou da maldição, por que, então, eu devo viver dia e noite caçando “chifres na cabeça de cavalo”? Seria o meu Cristo tão fraquinho que, mesmo depois de tamanho sacrifício, tudo tenha sido em vão? Se o meu Cristo, do qual fala a Bíblia, venceu a morte, venceu o mal... será que deixou uma “maldiçãozinha” aqui e outra ali para que nós nos desviássemos do alvo, enquanto estivéssemos à procura delas para “apimentar” nossa “aventura de viver”? Ou viver é tão importante, tão sagrado que até vida em abundância Ele nos dá?
Na Palavra de Deus, o próprio Jesus nos diz que quem procura acha! Está lá em Lucas 11:9: “E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Tb. Mt 7:7). Isso mesmo, buscai e achareis! E ele não diz que é só coisa boa não! É geral! Você vai buscar/procurar e vai encontrar. Quem procura bênção, encontra bênção; quem procura encrenca, encontra encrenca; quem procura maldição, encontra maldição. Foi Ele quem disse!
Então, vamos parar de fazer papel de bestas e ficar procurando a besta em tudo!

Mas vamos às “maldições”:

POCAHONTAS

Li o que falavam do desenho da Pocahontas. Achei interessante pra não dizer cômico. Melhor dizendo, seria cômico se o assunto não fosse tão sério. Em várias matérias escritas (a meu ver) por “maldiçaonistas” de plantão, dizia-se que Pocahontas significaria “espírito do abismo”. Isso porque, no filme (que ninguém é obrigado a assistir) a índia chama, na beira do abismo, pelo espírito da avó... A indiazinha só fazia isso porque os índios acreditam que os espíritos dos guerreiros, dos caciques, dos parentes, dos mortos em geral continuam a vagar pelas planícies, pelos abismos, pelas selvas. Mas o filme da Pocahontas é PURA FICÇÃO! A mesma ficção encontrada em Mib – Homens de Preto; O Exterminador do Futuro; Aliens, etc. Os caras (autores) imaginam, dão asas à imaginação e escrevem. Vem um diretor e transforma em filme. Mas se os “maldiçãonistas” de plantão procurassem a história real, conheceriam a Pocahontas que existiu e que inspirou esse filmezinho.
Índia sim, cujo nome era Matoaka. Apelidaram-na de Pocahontas que, na língua dos Powhatan, significa “menina mimada”. Essa verdadeira Pocahontas (romanceada em desenhos e filmes à imaginação do autor), em meados de 1613/1614, vivendo na corte inglesa, foi evangelizada por Alexander Whitaker, recebeu o batismo e escolheu o nome cristão de Rebecca. Mais tarde casou-se com John Rolfe, ficando com seu sobrenome: Rebecca Rolfe.
Mas os caçadores de maldições (curses hunters) preferem colocar medo nos pais para que proíbam as crianças de assistirem ao filme.
Espírito do abismo... Eu chego a ficar ABISMADA com uma coisa dessas. Cá pra nós: esse espiritozinho aí seria mais forte que o Espírito Santo?
Por que não deixar que assistam e depois ensinam na escola bíblica que espíritos dos mortos não ficam vagando, que isso é uma crença dos índios, porque eles não conhecem Jesus?... Mas isso dá muito trabalho, não é? Bem... Daqui a pouco vão dizer que o lendário “bicho-papão” existe e que é o demônio responsável por papar almas de criancinhas...
Não se esqueçam do que eu declarei no início: sou crente evangélica, há mais de vinte e cinco anos, sou professora em Escola Bíblica (Bibliologia e Hermenêutica). Não estou criticando os meus irmãos em Cristo, estou criticando, sim, os que buscam maldição, mensagens subliminares e satanás de todo o coração (porque se dedicam de corpo e alma nisso) na “infeliz tentativa” de fazerem as pessoas cativas do medo.

RATIMBUM

Esse, então, extrapolou os limites. Li, em matérias dos que caçam o diabo em tudo (como seria bom se procurassem Deus em tudo...) que Ratimbum é um demônio da hierarquia demoníaca e que quando cantamos “ratimbum” numa festa, na verdade estamos dizendo “está amaldiçoado”. Jesus! Acenda a luz na cabeça desse povo! Tenha misericórdia!
No meu caso, fico até tonta com isso, principalmente por ser do Rio de Janeiro, lugar onde existe o maior número de onomatopeias do mundo! E não confundamos onomatopeias como um parente da centopeia. Já mostrei acima que é a figura de linguagem em que a palavra imita sons. A bandinha de música, uma fanfarra animada, faz Rátátá (som da caixa, instrumento parecido com pandeiro, porém fazendo uso de baquetas); Tim (som dos pratos); Bum! (som do bumbo). Tudo junto fica assim: Rátátátimbum (é o som básico da fanfarra). Daí, como esse termo é brasileiro e carioca, e como o brasileiro abrevia tudo (vossa mercê = vosmecê = você = cê = vc), achou-se melhor, mais sonoro e rápido imitar o som abreviado, ficando ratimbum! É como se depois de “parabéns pra você” (para que venham bens para você) o aniversariante fosse tão importante que teria até uma banda/fanfarra. Daí, os convidados imitam esse som.
Uma escola de samba do Rio de Janeiro – a Império Serrano – em 1982, ganhou o prêmio com um samba intitulado “bumbum paticumbum prugurundum”, dizendo logo depois dessa onomatopeia – imitação do som de instrumentos – “o nosso samba, minha gente, é isso aí”. Se a moda pega e os convidados, ao invés de imitarem uma fanfarra resolvam imitar o som de uma escola de samba, não demora muito para os caçadores de maldições elegerem outro demônio, talvez pai do ratimbum, cujo significado seria... vejamos... que tal: “Tu ‘tá’ amaldiçoado, condenado, estropiado e, o que é pior,  tu ‘tá’ pobre ‘mermo’!” Ao invés de druidas celtas, como dizem os caçadores, para o ratimbum, que é um termo que só EXISTE NO BRASIL, o termo bumbum paticumbum prugurundum, por causa do “mermo” seria, então, saudação satânica de um pai-de-santo carioca, mangueirense e flamenguista. Boa sugestão, não é? Enfim...

YABA-DABA-DOO / YABADABADU

Saudação do Fredy Flinstones quando algo dá certo, quando ele recebe boa notícia, quando está muito feliz e, principalmente, quando toca o sinal no trabalho encerrando o expediente.
Isso pra nós, claro, que apenas curtimos as trapalhadas dos personagens. Porém, há poucos dias, ouvi de um pastor um significado tão demoníaco que os “maldiçãonistas” de plantão arranjaram para esse grito de alegria do Fred, que nem consigo me lembrar...
Sabem quando um político inventa coisas a respeito de outro para que não se vote nele? Pois é. Acontece o mesmo nesses casos de atores, filmes, desenhos que fazem sucesso. Os líderes, incompetentes para aconselhar e convencer os fiéis de que se deve dar mais atenção para as coisas de Deus, preferem um caminho mais curto, colocando medo nos desavisados, naqueles que acreditam que os líderes são santos e que sabem absolutamente tudo, quase os endeusando.
Se o Roberto Carlos faz sucesso, tem pacto com o demônio. Se a Xuxa faz sucesso, tem pacto com o demônio.
Por falar em Xuxa, li uma entrevista com a Aline Barros, pra quem a Xuxa abriu espaço no programa, e ela, a Aline, em momento algum cita qualquer “endemoniação” por parte da Xuxa, ao contrário, diz que a admira e que é uma pessoa legal. Tão legal, não é, irmãos, que a Aline até cantou pra ela “Minha rainha, minha estrela encantada, você é iluminada pelos raios da paixão”. Abafaram o caso? Sim! Não é bom que as pessoas vejam a Xuxa simplesmente como atriz que é. Porque os líderes espirituais JAMAIS aceitarão concorrência!...
O Cid Guerreiro, ao se converter ao evangelho (o autor de “Ilariê”, música que os caçadores de maldição diziam que o diabo falava ao rodar o disco ao contrário) disse o quanto havia tomado birra do evangelho e dos crentes por essa insanidade de dizer que ele havia feito pacto com o diabo para fazer a música. Ele foi entrevistado no programa Balaio.
Então, devemos crer que só o diabo dá vitória? Que Deus não é poderoso o suficiente para proporcionar o sucesso às pessoas de talento?
O cara luta para conseguir o seu espaço, dá duro, compõe músicas românticas, que falam de amor, ou música infantil, pede a Deus para abrir as portas (independentemente da religião, ele crê e espera em Deus). Quando o sucesso chega... foi por obra e graça do DIABO?!?!?!
Por que dar glórias ao DIABO? Por que dar tanto crédito a ele?
Em relação ao Iabadabadu, por exemplo, os crentes satanistas (só posso classificar assim um crente que vive em função de fazer apologia ao diabo), simplesmente porque o desenho e o filme fazem sucesso há décadas, decidem que o grito de alegria é evocação às forças do mal. Pra quê? Pra que as pessoas (adultos e crianças) não se desviem de seu jugo, de suas rédeas. Por quê? Porque senão os seus “marionetes” (pois é assim que tratam os membros de suas igrejas) vão trocar o culto pelo cinema, ou a escola bíblica pelo DVD.
Estou me lembrando de outro desenho da minha infância. Havia o coelho Ricochete e ele dava gritos de guerra assim: Yahoo! Yacadá! Yacadácadácadácadá! Se o desenho tivesse feito o mesmo sucesso dos Flinstones, dos Simpsons, da Turma da Mônica (em que os maldiçãonistas só veem o “coisa ruim”), o que significaria o grito do coelho Ricochete? Quero nem especular. Boa coisa não ia sair mesmo!
Se você procura, com certeza vai achar. Sejam formas de animais nas nuvens, seja o diabo falando num disco ao contrário. Nesse caso, o diabo não vai estar lá, mas a pessoa procura com tanta fé que acaba achando.
Eu, às vezes (e me desculpem meus irmãos), sinto até certa vergonha de dizer que sou crente. Não de dizer que creio em Jesus. Claro que não! Desse eu não me envergonho mesmo! Mas me envergonho de dizer que sou crente, ou, o termo mais usado: evangélica. Por quê? Irmãos, com essas sandices, com esses desatinos, com essa atitude de “Maria vai com as outras” do crente, pessoas debocham da gente! Riem da nossa cara, por causa da idiotice dos caçadores de maldições... A ponto de, por exemplo, o grupo Engenheiros do Havaí, na música Ilusão de Ótica, ter feito de propósito para pegar os tolos. Eles colocaram uma frase toda ao contrário no disco, e quando os caçadores de maldições rodam o disco ao contrário, ouvem claramente: “Por que você está ouvindo isto ao contrário, o que você está procurando, hein?” Fizeram de propósito para ridicularizar os fanáticos por inverterem todas as músicas que ouvem. Aliás, como o grupo mesmo diz: “são ótimos consumidores que compram tudo o que sai para ouvir ao contrário!” Que vergonha, meu Deus!
Mas suponhamos, por alguns segundos, que os maldiçãonistas tenham razão. E daí? Em que eu devo acreditar? A Palavra de Deus me diz que:

Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá (Provérbios 26:2)

MALDIÇÃO SEM CAUSA NÃO VIRÁ! Isso é verdade! Isso é Palavra de Deus!
Na minha opinião, quando a pessoa fica caçando maldição, está dizendo pra Cristo: “Jesus, Sua Palavra não me basta. Tomara que o Senhor não tenha levado toda a maldição sobre si, porque eu preciso de maldição para viver... Bênção não dá IBOPE, não faz correr adrenalina, é maçante... Prefiro o campo da maldição.”
Ficamos sendo vistos como pessoas que pregam que Cristo é a cabeça da Igreja, mas não tiramos o diabo da cabeça...
E é por isso que o Evangelho parou. Porque o crente NECESSITA do diabo como um mal-necessário para o “crescimento” da igreja. O povo precisa ter medo do diabo, do olho gordo, da inveja, da maldição, precisa fazer correntes, campanhas, passar pela fogueira santa, pela tenda dos milagres, precisa fazer banho de descarrego... Ufa! É pelo medo que preferem atrair os “perdidos”. Aí eu pergunto: somos crentes, ou “boacumbeiros”?
Os apóstolos – a Bíblia nos mostra – praticamente não falavam de diabo, satanás, inimigo, inferno... Eles pregavam, sim, as boas-novas, o evangelho, o perdão, o amor, a misericórdia, a salvação. Por isso a igreja crescia. Eles GANHAVAM almas. Não ATRAÍAM almas. Eis a diferença!
Vamos crescer, irmãos! Vamos parar de fazer referências e de perseguir os espíritas kardecistas ou de que segmento forem, os rosacruzes, os umbandistas, as Testemunhas de Jeová, mórmons, etc. Deixemos que Deus cuide disso. Ele não nos constituiu juízes da humanidade.

“Que direito temos de nos achar melhores do que os outros? Quem nos constituiu juízes dos homens? Não há lugar pra segregação entre os homens. Cristãos, judeus, hinduístas, muçulmanos, espíritas, ateus, estão todos em um mesmo barco. A distinção entre passageiros de primeira classe, da classe executiva e da classe econômica perde completamente o sentido quando o piloto anuncia que o avião está caindo.” (www.extremosulgospel.com.br/jesus-transgressor-de-fronteiras).
“Deus não nos fez juízes de ninguém. Ele nos fez amigos. E amigos entendem, amigos se dão as mãos, amigos oferecem ombros, amigos respeitam as decisões dos outros e desejam a felicidade para eles acima de tudo. Antes de julgar, ore. Antes de falar, reflita.” (www.leticiathompson.net/amor_e_costume.htm). Até porque, se isso não acontecer, continuaremos a ser vistos não como povo de Deus, mas como povinho que se diz de Deus, mas que na verdade não passa de um povinho preconceituoso, hipócrita, que quer fazer o papel de Deus, quer acusar, julgar e condenar.
Se tão-somente seguirmos o Mestre, seguiremos sua lição no sermão da montanha: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados, perdoai, e sereis  perdoados, dai e dar-se-vos-á...” ( Lc  6: 36-38)
Não precisamos ser coniventes, mas TOLERANTES. Jesus ensinou a tolerância (Lucas 9:49-50). João chegou para Ele dizendo que viu um homem que, em nome de Jesus, expelia demônios, e que ele, João, não achava isso certo, pois aquele homem não os seguia, não seguia Jesus. Então, o Mestre respondeu que não deviam proibir. Disse-lhe que deixasse, pois quem não é contra o evangelho, é a favor. O que Ele quis dizer com isso? Simplesmente que Ele procurava seguidores, que criam nEle, que pregassem o Evangelho, independentemente da “marca”, da “placa” da “denominação”. Em Marcos 9:38-41 essa passagem está mais detalhada.
Eu já começo a me preocupar com esse desenho que a Discovery Kids apresenta e que já faz grande sucesso entre adultos e crianças de todo o mundo: Os Backyardgans. O desenho é envolvente, criativo, educativo. As músicas são excelentes.
Eu me preocupo, pois não vai demorar muito para que os crentes satanistas caçadores de maldições, a fim de brecarem a audiência, façam medo e obriguem os pais a proibirem que seus filhos assistam. Vão criar uma “maldiçãozinha básica” para o desenho. O que será? Se vale uma sugestão, poderão dizer que o Pablo (por ser meio mexicano, boliviano, sei lá) tem o espírito do vício da maconha e cocaína, e, em “mensagens subliminares” vai fazer com que desperte a vontade do vício nas crianças. Vejamos: o Tyrone, por se assemelhar a um alce, poderão dizer que traz o espírito do homossexualismo (alce, veado... gay); Vamos adiante: a Uniqua... bem, poderão dizer que o U, na verdade, seria uma mensagem subliminar de I, daí, a personagem seria Iníqua, de iniquidade; Mais: a Tasha lembra Natasha, que abreviado poderá ser Sacha. Daí, vêm os devaneios, Sacha, Xuxa, satanismo... Ufa!!! Quanta criatividade! E ainda: Austin. O que poderíamos inventar? Ah, já sei, de trás pra frente, fica Nitsua. Daí, é só inventar um demoniozinho com esse nome. Pronto!
Fica aqui a minha sugestão para os “satanistas crentes em Cristo caçadores maldiçãonistas de plantão”.

nilmarialima@hotmail.com