domingo, 30 de outubro de 2011

A MÃE DO PROUNI

Sequer seria necessário exame de DNA.
Bastaria um pequeno EC (Exame de Consciência) para que a adorável “Senhora Dona República Federativa do Brasil” reconhecesse o devido valor de “Alguém do Povo”.
Em 2002 eu lançava, no mês de julho, em Belo Horizonte, o livro “À Senhora Dona República Federativa do Brasil; Remetente: Alguém do Povo”. Foi uma bonita festa, no salão nobre do Hotel Financial, e contou com a presença de alguns (nem tão) ilustres políticos.
Em maio de 2002 (portanto antes do lançamento), enviei uma carta e um exemplar do livro ao, então candidato, Lula, e recebi sua carta-resposta (junto com vasto material de campanha) em setembro daquele mesmo ano.
Quando o governo lançou o ProUni, em setembro de 2004, através da Medida Provisória nº 213, publicando logo a seguir o Decreto nº 5.245 (outubro) – o que deixou deputados e senadores não muito contentes, pois não houve votação por parte do Legislativo, haja vista ter sido lançado diretamente pelo Executivo – muitos amigos me telefonaram ou mandaram emails perguntando-me se eu “ia deixar barato”... Alguns até sugeriram fazer uma concentração em frente ao Palácio do Planalto para exigir do Presidente Lula uma retratação do tipo “dai a César o que é de César...”.
Confesso que me senti tocada pela possibilidade de “aparecer”, quem sabe até ser entrevistada e, enfim, “botar a boca no trombone” como os amigos e conhecidos tanto me incentivavam, mas havia um porém, ou melhor, vários “poréns”, dentre eles o fato de, no dia do lançamento, ter ouvido de um político a perguntinha fatal: “Você não tem medo?” Eu respondi, na ocasião, que o que havia no livro era também mencionado pelo Ratinho, pelo Casseta e Planeta, Faustão, etc., ao que ele contra-argumentou dizendo: “Tudo bem, eles falam mesmo, mas você escreveu e assinou...” Outro porém foi dado pelo deputado que faria o discurso de apresentação do livro. O nobre político pediu para ler o livro antes do lançamento para, claro, dali tirar o seu discurso. No dia seguinte ligou para a promoter e disse que não poderia fazer o discurso (que ele já havia aceitado), pois... bem, veio com uma desculpa do tipo “esqueci o feijão no fogo”. E ainda disse algo como “essa autora é muito ‘bocuda’”. Confesso que tenho mesmo os lábios meio grossos, mas... não era nesse sentido que ele havia se pronunciado.
Então, visitei as livrarias onde eu havia deixado alguns livros e os recolhi. Feito isso, também “me recolhi à minha insignificância”, e passei a presentear alguns amigos.
Na Conferência da Juventude de 2004, em Brasília, vários deputados que estiveram presentes ao evento receberam um exemplar. Alguns até posaram com o livreto na mão. Mas daí, eu gritar aos quatro ventos... Sim, para isso ainda faltava coragem.
Mas agora, quase dez anos depois, resolvi “mostrar as caras”. Não que eu tenha perdido o medo de retaliações, mas porque não aguento mais as pessoas olharem para mim com cara de compaixão quando, ao presenteá-las com o livro, digo ou escrevo que “foi este livro que inspirou a criação do ProUni”.
Então, aí está, ou melhor, aqui está, no meu blog, a carta-resposta do Lula (quando ainda era apenas um candidato).
Leia o artigo “Carta do Lula”.
Ah, o original e as cópias autenticadas estão comigo.
Beijíssimos a todos!

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